MUSEU NACIONAL: O PALÁCIO DE UM NOVO MUNDO
Este ano comemoramos os 200 anos do desembarque da Arquiduquesa Leopoldina da Áustria em terras brasileiras. A vinda para o Brasil se deveu ao seu casamento com o Príncipe Pedro I do Brasil. E é no Museu Nacional, local onde o casal residiu, que a Rede Globo de Televisão concentrou parte de suas gravações para apresentar uma parte dessa história na nova novela das 18h, Novo Mundo.
Em torno do ano de 1803, o terreno conhecido como Quinta da Boa Vista pertencia a um comerciante de escravos luso-libanês chamado Elias Antônio Lopes, que construiu uma chácara sobre uma colina, onde se tinha uma bela vista, desde a Baía de Guanabara à Floresta da Tijuca. Com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, Elias decidiu conceder o terreno da Quinta ao Príncipe Regente, Dom João IV. Quando torna-se residência oficial da Família Real, o edifício que antes de Dom João fora construído em um estilo de requinte Oriental, passa por uma série de transformações para melhor abrigar a realeza neste Novo Mundo. Um exemplo é a reforma da ala sul do prédio, feita especialmente para receber os futuros imperadores do Brasil, Dom Pedro I e Leopoldina.
Papel fundamental para Independência, Leopoldina dá cor ao Brasil e ao Museu. Seu casamento com Pedro I, originou as cores da bandeira nacional. O verde representava a casa de Bragança, de Pedro e o amarelo a de Habsburgo-Lorena, de Leopoldina. É no tempo em que ilustres moradores aqui viviam, que o Palácio foi pintado de amarelo, em homenagem à Imperatriz.
Princesa das artes e das ciências, quando Leopoldina desembarca no Brasil, em 1817, traz consigo muitos artistas e cientistas. Era interessada e uma grande entusiasta da botânica e mineralogia, assim formando coleções e estudando as maravilhosas descobertas e novidades do Novo Mundo. Seu filho, Pedro II, desde pequeno é ensinado a se apaixonar pelas coleções iniciadas por sua mãe e, quando coroado Imperador, forma seu próprio museu pessoal.
Em 1818, Dom João VI criou o Museu Nacional, cuja sede ficava localizada no Campo de Santana do Rio de Janeiro. Ao final do século XIX, com o advento da República, a instituição recebe um novo lar, o Palácio de São Cristóvão, no qual as famosas coleções dos imperadores puderam ser vistas por alguns privilegiados.
A grande dica para o visitante do Museu Nacional interessado e faminto pelo passado desse Palácio é desvendar essas histórias que se relacionam. Hoje, nossa instituição é discurso que confere sentido ao passado. Contamos para as gerações futuras, histórias sobre um Brasil que se desenhou lá trás, com um imenso acervo de memórias daqueles que as fizeram.