Tem Criança no Museu! Etnologia Indígena

Tem Criança no Museu! Etnologia Indígena

Em clima de despedida, mas também com um imenso desejo de aproveitar cada instante da atividade, as crianças chegaram ao MN para o último dia do Tem Criança no Museu. A recepção ficou por conta de filmes sobre alguns personagens folclóricos brasileiro ligados à floresta como a índia Caipora e o já bem conhecido Curupira, além disso foram exibidos uns vídeos de apresentação sobre alguns grupos indígenas do Brasil. Então, repleto de sortimento e brasilidade, o último tema trouxe para as crianças a Etnologia Indígena com o objetivo de aproximá-las ao universo infantil dos pequenos indígenas pensando em suas diferenças e similitudes.

Durante os vídeos, as crianças eram introduzias ao tema, assim quando finalmente todos os coleguinhas haviam chegado, as crianças puderam dizer o que tinham analisado a partir das perguntas “Como vocês imaginam os índios?” “Onde vivem?” “Como são as crianças nas aldeias?” “Do que brincam?”. Ainda com respostas bem estereotipadas elas disseram que os índios são aqueles indivíduos que vivem na floresta, apenas usam folhas para cobrir o corpo, residem em ocas, entre outros perfis que normalmente são apresentados nos desenhos e livros. Com base nessas respostas, os mediadores, por meio de imagens, mostraram os diferentes grupos indígenas que temos no território brasileiro como os Ticuna, os Xavante e os Carajá. Ele também explicou que assim como nós, originalmente moradores da cidade, os indígenas podiam usar roupas, sapatos, celular e frequentar universidades, ou seja, vivenciar estilos de vida muito parecidos com os nossos e, mesmo assim, não deixarem de lado sua identidade.

Para encerrar o bate-papo foi dito que assim como as crianças indígenas, os nossos pequenos participantes também poderiam confeccionar seus próprios brinquedos e objetos, mas para que a inspiração fluísse e a imaginação crescesse, eles iriam visitar as exposições que o Museu Nacional dispõe sobe a causa indígena. Assim, bem animadas, as crianças foram divididas em duas pequenas filas e seguiram em direção às exposições. Na visita, depois de muito observar, elas tiveram uma breve mediação sobre as peças de plumagem, armas, cerâmicas e instrumentos musicais do acervo de Etnologia Indígena do MN e presenciaram a diversidade de povos e peças produzidas na sala de Arqueologia Brasileira. Cheias de ideias em mente, as crianças foram levadas de volta para ao auditório para que a brincadeira começasse.

A atividade de confecção de brinquedos e peças artísticas foi dividida em três partes simultâneas. Enquanto um grupo de crianças estava produzindo tambores e chocalhos, outro estava ao redor de uma grande mesa para criar suas próprias petecas (de jornal, TNT e penas) e o terceiro criava as mais lindas peças de argila. A cada dez minutos as crianças trocavam de oficina para que no fim todas pudessem ter participado das três brincadeiras. Depois dos objetos prontos, elas tiveram alguns minutos para testar o som de seus instrumentos musicais e suas habilidades no jogo de peteca. E esse primeiro momento da tarde foi encerrado com o tradicional lanche.

Iniciando a segunda etapa de brincadeiras, as crianças foram levadas ao famoso Jardim das Princesas, que fica localizado na lateral no Museu Nacional. O espaço que na época do Império servia para o lazer e contemplação da Princesa Isabel e demais moradores do Palácio, cedeu seus metros quadrados para que nossos pequeninos pudessem experimentar um pouco de algumas tradicionais brincadeiras entre as crianças indígenas de cada povo. Vale ressaltar que o Jardim não está aberto para visitação do público geral.

A primeira brincadeira proposta foi a “Caça passarinho”, que consistia em dois grupos, um de “caçadores” e outro de “passarinhos”. Enquanto os passarinhos tentavam voar e voltar para o ninho, representado pela servidora Patrícia Desterro, as crianças como caçadores deveriam capturá-las. Encantadas pelo verde das plantas e beleza do lugar, elas saíram correndo e se divertiram muito nesse “pique-pega” da floresta. O pequeno Otto também aproveitou o momento para testar a “invisibilidade” de sua roupa camuflada em meio as folhagens para assim pegar a maior quantidade de passarinhos possíveis. A segunda brincadeira apresentada foi a “Arranca mandioca”, no qual um mediador ficava segurando uma árvore, assim como a mandioca fica presa na terra; enquanto isso, os índios interpretados pelas crianças faziam uma corrente para tirar a “mandioca” da terra ou, no nosso caso, da árvore. Foi um momento muito divertido de interação e aprendizado para as crianças e toda equipe da SAE.

A fim de tranquilizar os ânimos, quando as crianças retornaram ao auditório, o mediador Tiago desenvolveu uma contação de lendas indígenas. Todas, novamente sentadas em roda ouviram a história de como a lua se separou do sol. Então, após mais um dia maravilhoso a atividade Tem Criança no Museu de 2017 chegou ao fim.

A equipe da SAE/MN agradece imensamente a presença de todas as crianças e, principalmente, a confiança dos pais que acreditaram no nosso projeto. Até a próxima!

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